MORA EM NÓS DEUS E O DIABO
Caminhando lado a lado
calando a voz que não
queremos,
mora em nós Deus e o Diabo
desde o dia em que nascemos.
Da mesma “massa” se é feito,
com um abismo pela frente
e o mundo dentro do peito,
onde estamos,
tão diferentes!
Sublimando o bem e o mal,
somos tudo o que quisermos,
pois em nós só
sobressai aquilo que enaltecermos:
trabalhador, mandrião,
samaritano ou ladrão.
há o puro e o invejoso que
também connosco habita,
o malvado e o intriguista que
demente se consome
nas teias da maledicência
e também o pacifista cuja
vida se alimenta
da bondade e da clemência.
Tudo somos, à nascença!
Numa guerra sem razão onde
não falta a desdita,
só se abraça o que nos dita a
construção da existência.
Assim o "Ser" se
alicerça no poder da exaltação
e o destino se concerta,
controlado pelo desígnio
da vontade e sem ciência,
onde a razão sucumbe intacta
na glória que sopra, inata,
da surdez da nossa essência.
TU ÉS UM SOL RADIANTE
Tu és um sol radiante
Que ilumina as minhas noites!
Doce aragem que me abraça,
Que é carícia que arrepia
Que passeia e me incendeia todo o corpo,
Á flor da pele
Tua voz é melodia
Que me impele a navegar
Quando evocas o meu nome,
Carícia para os meus ouvidos
Então, sorvo da tua boca
Todo o mel desse teu beijo
Que é deleite de doçura,
E que perdura
Na raiz dos meus sentidos
Tu és um sol radiante
Que incendeia as minhas noites!
Nesse instante de magia
Em que a paixão é poesia
Só existes tu e eu
Ao compasso do desejo
De um ardor que nos domina
Que culmina em apogeu
Quando abafas os meus gritos
Na exaltação de um beijo
ACONTECEU HÁ QUARENTA
ANOS
( 25 de Abril de 2014)
25 de Abril… foi esse o Dia!
De soltar a voz da boca amordaçada
E em cada rosto que saiu à rua
Com gritos de júbilo na voz embargada
Há um laivo de esperança que no ar flutua
Foi o quebrar das correntes da clausura
O desvanecer da bruma e do cansaço
O atear de um fogo brando, adormecido
O ressurgir de um fio de luz na noite escura
Passava pouco da meia - noite
Quando se ouviu o tema
“Grândola, Vila
Morena…
… Terra da
fraternidade”
Foi a mensagem para
tudo começar
Era o sinal pra
Portugal libertar!
E o povo clamou pela paz e a liberdade!
25 de Abril… foi esse o Dia!
E foi em júbilo que o povo saiu à rua
Velhos, novos, de qualquer idade
“O povo é quem mais ordena
dentro de ti, oh cidade!”
E Lisboa era a cidade
em que tudo acontecia
nesse amanhecer primaveril
do primeiro 25 de Abril!
Aconteceu há 40 anos!….
E agora… o que sentimos?
O que nos resta dessa doce madrugada
Senão um suave sulco de mágoa
Desse tempo de excelência
Que agora nos roubaram
Pela ganância e a incompetência?
O que nos resta dessa doce madrugada
Senão o amargo sentimento
Que do abismo instalado
Nenhum de nós está inocente?
E tudo isto se questiona…
O que foi que aconteceu?
Porque foi que o sonho morreu?
E a tudo há que dar resposta
Sair desta inércia
imposta
Pela construção de um futuro decente
Recriar Abril está na
nossa mão
E se for preciso…que Viva a Revolução!
Se da realidade não há que fugir
Pagar a factura, temos que assumir
Então que se faça com humanidade
e não sempre o pobre, a ser espoliado
Exijamos pois a máxima equidade
Consulte-se o povo e então se decida
Sempre com justiça e honestidade
Há que lutar pois, ser interventivo
Crer que ainda existe alguém de excelência
Que tudo fará com alma e decência
Pelo bem de todos e com heroísmo
Que nos trave a queda no profundo abismo
Temos de acordar e seguir em frente
Recriar Abril está na nossa mão
Tomar novo rumo mas erguendo o punho
Contra todo aquele que nos trama e mente!
AMO
Amo o perfume doce das flores
de laranjeira
O esvoaçar das borboletas em torno do aloendro
Um aroma de alecrim com um toque de alfazema,
O trinar da cotovia debicando o azevinho
Um céu de cetim azul enfeitado de açucenas
A dança num mar de prata em noites de lua cheia
Amo o ondular das searas ao entardecer do dia
O vermelho das papoilas em delírios de perfume,
O esvoaçar das borboletas em torno do aloendro
Um aroma de alecrim com um toque de alfazema,
O trinar da cotovia debicando o azevinho
Um céu de cetim azul enfeitado de açucenas
A dança num mar de prata em noites de lua cheia
Amo o ondular das searas ao entardecer do dia
O vermelho das papoilas em delírios de perfume,
O
renascer das manhãs a iluminar cada rosto
Um abraço apertadinho e um sorriso bem disposto
Um abraço apertadinho e um sorriso bem disposto
Amo
o renascer da esperança num rosto desesperado
Sentir
que se luta e avança contra todo o gesto imundo
Amo a paz e a concórdia em
toda a humanidade
Amo
gestos de respeito, amor e fraternidade
Poder
dissolver na chuva o pranto de todo mundo
SINTO SAUDADE
Como
melodia
Eu te construí
Fiz
de ti meu ídolo
E
assim te inventei
Contigo
vivi
Meus
doces momentos
Quis-te
conservar como te pintei
Contigo
voar
Para além do tempo
Agora
já sei
Porque
te inventava
Era
desse sonho
Que me alimentava
Tu
não existias
Como
te evocava
E
o Tempo passou
E tudo findou
Foi
com mágoa e dor
Que o sonho acabou
Quando
percebi
Que
já não te amava
Aceitei então
Que já não te tinha
Mas
não fico triste
Nem
choro por isso
Tudo
o que vivi
Me engrandeceu
Retalhos
de vida
Que
a vida me deu
Resta-me
aceitar,
Ficarei assim
Contigo
a meu lado,
Já
não inventado
É
a ti que eu tenho
Tão
longe de mim
Mas sinto saudade,
Saudade
de ti
Saudade
de tudo
O que não vivi
Saudade
do sonho
Que acalentei
De
voar contigo
Nas
asas do tempo
Daquilo
que foste,
E
do que em vão esculpi.
VEM
Vem…Meu menino de olhar doce,
Faz parte deste meu sonho
Em que recuo no tempo
Querendo soltar as asas
Afastar sombras nefastas
E abismos no pensamento
Faz parte deste meu sonho
Onde o destino é só nosso
E nada tolda o meu querer
Onde respiro e suspiro
Num suave amor eterno
Onde sempre foste a chave
e me preenches…
Vem…
Meu menino de olhar doce,
Acalma esta minha angústia
De já não te ter comigo
Vagueia no meu sonhar
Tua voz que me atordoa…
Em suspiros que persistem
Dos toques que se eternizam
Menino de olhar doce e triste
Faz parte deste meu sonho
Quero regressar ao tempo
Em que só a mim tu querias
Quando só a mim me vias!
E era tão genuíno e puro,
Esse amor que tu me tinhas…
Menino de olhar doce e triste
Não me deixes ficar só
Perdida num sonho inútil
Porque sem ti, tudo é fútil!
Não permitas o tormento
Em que acorde e acredite
Que foi medonho este sonho
Menino de olhar doce e triste
..............................................
Que só no meu sonho existe!
ENTARDECER
Em fulgores de laranja, entardecia…E um misto de odor a prado e maresia
Trazido pela perfumada brisa morna
Traz-me a saudade do que dantes fui,
Outrora….
E tudo em mim revive e se revela
E minha alma na penumbra, dantes luzidia
Chora e soluça, triste de saudade
Dessas mesmas tardes mansas e serenas
Em que me enlouquecias toda nos teus braços
Pergunto à brisa doce onde ficou
Esse cântico alegre que era o meu hino
E se partiu nas sombras do caminho
Qual flagelo triste do destino
Que me deixou esta mágoa, esta saudade…
Quando já não existem mais palavras
Para mostrar o tanto que se sente
O delírio do nosso olhar é tão intenso
Que os olhos se cerram em deleite
E os lábios se tocam docemente
É assim a magia do Primeiro Beijo
O mais terno e puro que temos na vida
Em que apenas os lábios se acariciam
Num silêncio cúmplice de amor inocente
Que nunca mais se esquece, nunca mais se sente…
Para mostrar o tanto que se sente
O delírio do nosso olhar é tão intenso
Que os olhos se cerram em deleite
E os lábios se tocam docemente
É assim a magia do Primeiro Beijo
O mais terno e puro que temos na vida
Em que apenas os lábios se acariciam
Num silêncio cúmplice de amor inocente
Que nunca mais se esquece, nunca mais se sente…
ESCREVO POEMAS
Escrevo poemas
de muitos sentires e temas
e nem sei como o consigo,
e nem sei como o consigo,
Sei que me atrevo e que escrevo
sempre que a alma se aperta
por um odor que respiro
ou clamor que me desperta
Começo a compor, redijo,
e as palavras se constroem
a rimar na minha mente
como uma força divina
ditada por outras gentes
Ferida a doer, nostalgia,
luz de vida que incendeia,
seja de dor ou alegria,
é ânsia que não me deixa
se calo em mim a Poesia
São bramidos de paixão,
que embora vivida ou não
é emoção que me inquieta
quando a inspiração desperta
E assim nascem meus poemas
de muitos sentires e temas…
Escrevo versos que eram meus
mas que agora já não são …
são escritos que são o clamor
dos gritos de toda a gente
Muito grata peta partilha deste meu poema, Um grande abraço, poeta!
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