CANTAR DE BERÇO, POEMA V
in: VOZ VELADA
Água do Tejo em tabuleiros geométricos
pelos depósitos, comportas às salinas
em quente Agosto lembra neve nas colinas
que os rodos raspam de rectângulos simétricos
espelhos quebradiços das crostas de sódio
onde o sol reverbera e ventos evaporam
precipitam também daqueles que se exploram as gotas de suor
e as lágrimas de ódio
ECO NO FUTURO
in: CAMPOS CATIVOS
Lutemos!
- Mais que nunca é preciso firmeza
Para dizer o que somos!
Geração do sacrifício
Que quer unir os homens
Num abraço fraternal...
Meus irmãos é preciso vencer!
- Mais que nunca é preciso coragem
Para afirmar o que queremos!
Que a justiça pelo amor
Viva em todos
Que a verdade pela Beleza
Se reúna no festim comum
Desta Vida breve...
E pela luta e pela vitória
Nossas vozes jovens
De troça gritarão ao céu:
- Somos livres pela fé comum
Que une todos os seres!
E pelo Amor e Beleza e Verdade
A nossa voz ecoa no futuro
Cantando o poema sublime
Que na luta a Justiça
Fez os homens IRMÃOS!
RESSONÂNCIAS
Ressonâncias
roncos de ondas
Roucas
furnas ocas
côncavas
longas
memórias de mar
vórtices
de sons
pavilhões de búzios
distâncias
QUIMERAS GALOPANTES
Quimeras galopantes
Sol em nuvens
de plantas tagânicas
Campinas de mitomaquias
centaurus minotauros
às raias de Lezírias
charnecas
chamejantes
AVE DA RIBEIRA
Ave da ribeira
vieira Viera
na Ladeira
filhos parira
laçara savara lançara
a hora a hora
a labutar
de mar se afogara
tágide trágica
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