quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

5 POEMAS de Arquimedes da Silva Santos

























CANTAR DE BERÇO, POEMA V
in: VOZ VELADA

Água do Tejo em tabuleiros geométricos
pelos depósitos, comportas às salinas
em quente Agosto lembra neve nas colinas
que os rodos raspam de rectângulos simétricos

espelhos quebradiços das crostas de sódio
onde o sol reverbera e ventos evaporam
precipitam também daqueles que se exploram as gotas de suor e as lágrimas de ódio


ECO NO FUTURO
in: CAMPOS CATIVOS

Lutemos!
- Mais que nunca é preciso firmeza
Para dizer o que somos!
Geração do sacrifício
Que quer unir os homens
Num abraço fraternal...

Meus irmãos é preciso vencer!
- Mais que nunca é preciso coragem
Para afirmar o que queremos!
Que a justiça pelo amor
Viva em todos
Que a verdade pela Beleza
Se reúna no festim comum
Desta Vida breve...

E pela luta e pela vitória
Nossas vozes jovens
De troça gritarão ao céu:
- Somos livres pela fé comum
Que une todos os seres!
E pelo Amor e Beleza e Verdade
A nossa voz ecoa no futuro
Cantando o poema sublime
Que na luta a Justiça
Fez os homens IRMÃOS!
 
RESSONÂNCIAS

Ressonâncias

roncos de ondas
Roucas
furnas ocas

côncavas

longas
memórias de mar

vórtices
de sons
pavilhões de búzios

distâncias

QUIMERAS GALOPANTES

Quimeras galopantes
Sol em nuvens
de plantas tagânicas

Campinas de mitomaquias
centaurus minotauros
às raias de Lezírias

charnecas
chamejantes

AVE DA RIBEIRA

Ave da ribeira
vieira Viera

na Ladeira
filhos parira
laçara savara lançara

a hora a hora
a labutar
de mar se afogara
tágide trágica

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