Nascido em Lisboa, em 1947,
Mário Piçarra fez parte em 1965 dos Chinchilas, com o guitarrista Phil Mendrix (1947-2018), e de 1969 a 1971 integrou o Coro
da Academia de Amadores de Música, sob a direcção de Fernando Lopes-Graça.
Em 1969 editou o primeiro disco
em nome próprio, o EP Pastoral, com uma canção de sua autoria (Borboleta
preta). Nele musicou também poemas de José Gomes Ferreira (Pastoral), Sophia de
Mello Breyner Andresen (o conhecido Porque,
aqui musicado pela primeira vez) e Glória de Sant'Anna (Poema do mar). A
direcção musical foi de José Cid, e no disco participaram António Moniz Pereira
e Carlos Zíngaro.
Seguiu-se em 1970 um outro EP,
Calçada de Carriche, onde, além da canção-título (com poema de António Gedeão),
incluiu duas canções suas, Elegia e Romance das três barcas, e ainda Primavera,
um tema do cancioneiro popular para o qual compôs novo arranjo.
Entre 1972 e a queda da
ditadura, Mário Piçarra viveu exilado em França. Só voltou aos discos após o 25
de Abril de 1974.
Em 1977 integrou o grupo Terra a
Terra (do qual fez também parte Ana Faria), que se estreou com o álbum Dançando, Pulirando,
colectânea de canções populares recolhidas no Alentejo, na Beira Baixa e em
Trás-os-Montes. Sucederam-lhe Pelo Toque da Viola (1981), Estilhaços (1983),
este a partir de recolhas feitas por Margot Dias,
César Neves, Gualdino Campos, Fernando Lopes-Graça e Michel Giacometti, e do
qual faz parte um tema da autoria de Mário Piçarra, Vitral) e Lá Vai Jeremias
(1984), tendo o grupo terminado a actividade em meados de 1987.
Mário Piçarra licenciou-se em
História, na Universidade Lusíada, e fez uma pós-graduação em História
Diplomática Contemporânea. O CD Claridade, recém-editado, e que marcava o seu
regresso às canções e aos discos, inclui temas como Aves do paraíso, Claridade,
Guitarras da Mouraria, Amantes improváveis, Maré de liberdade,
Fidjo Maguado, Os artistas (no
palco da vida).
in: https://www.publico.pt
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