domingo, 19 de janeiro de 2020

MORREU MARIA PREÁ - Itanildo Medeiros
























Morreu maria preá (Vamos esquecer o assunto. O assunto está morto)
Itanildo Medeiros

A expressão acima, muito usada em boa parte da região nordestina, mas pouco conhecida no restante do país, especialmente nas grandes cidades, é empregada quando qualquer situação chega ao seu ponto final, irreversível, definitivo, e por isso não tem mais jeito, não pode ser modificado. A expressão simplesmente quer dizer: acabou!

Itanildo Medeiros, natural de Angicos, no Rio Grande do Norte, compositor, empresário de bandas de forró e secretário de Cultura na sua cidade natal, pesquisou e descobriu a sua origem. valendo-se dos seus dotes poéticos, escreveu o poema seguinte:

Morreu Maria Preá!!!
Esse ditado famoso
Comecei a pesquisar
Porque fiquei curioso.
Depois de revirar tudo,
Descobri com muito estudo
E pergunta em banda de lata
Que um padre num interior,
Tinha um xamego, um amor,
Um caso com uma beata.

Bonita e muito formosa,
Maria Preá, o seu nome,
Essa beata fogosa
Do padre tirava a fome
E sempre que ele podia,
Com ela ele se escondia,
Pra poderem se agarrar.
Mas um dia o sacristão,
Flagrou os dois num colchão,
O padre e Maria preá.

E depois dessa orgia,
O padre perdeu o sossego.
O sacristão todo dia
Alegava esse xamego,
Chantageava o vigário,
Fazia ele de otário,
Ameaçando contar.
Deixava o padre com medo
Que vazasse esse segredo,
Dele e Maria preá.
Sem saber o que fizesse
Com o sacristão lhe explorando,
Pois tudo que ele quisesse
O padre ia logo dando
Com medo que a cidade,
Descobrindo essa verdade,
Ficasse escandalizada.
Pediu a Deus uma luz
Pra lhe tirar dessa cruz
Dessa exploração cerrada,

Até que um dia o vigário,
Viajou pra ali pertinho.
Foi rezar um novenário
Num município vizinho.
Esqueceu de um documento
E notando o esquecimento,
Parou no meio da estrada,
Deu meia volta e voltou
Mas quando em casa chegou
Ah, que surpresa danada!!!

O padre entrando apressado
Na casa paroquial,
Viu o sacristão curvado
Em decúbito dorsal,
Nu da cintura pra baixo.
Por trás dele um outro macho
Numa movimentação
Que o padre, vendo, notava
Que o rapaz encalcava
As fezes do sacristão.

Assistindo aquela cena
Mas lembrando do passado,
O padre ficou com pena
E também aliviado
Mas mesmo com a vergonha
Daquela cena medonha,
O padre gritou de lá:
Sacristão, se oriente.
Pois pra nós daqui pra frente...
Morreu Maria Preá,

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